Netanyahu afirma que “não haverá Estado Palestino” e acusa Reino Unido, Canadá e Austrália de “recompensa ao terrorismo”

 


O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, divulgou uma mensagem em vídeo dirigida a líderes ocidentais nesta segunda-feira, afirmando que não será criado Estado Palestino a oeste do Rio Jordão. A declaração é uma resposta direta ao reconhecimento formal da Palestina por países como Reino Unido, Canadá e Austrália. Netanyahu chamou esse reconhecimento de “uma enorme recompensa ao terrorismo” e prometeu ganhos territoriais por meio da expansão dos assentamentos judeus na Cisjordânia ocupada. 

O que exatamente Netanyahu declarou

Em vídeo oficial, Netanyahu dirigiu-se explicitamente aos países que reconheceram a soberania palestina. Segundo ele:


O reconhecimento após o ataque de 7 de outubro, descrito por ele como “massacre atroz”, seria, na sua visão, uma recompensa ao terrorismo.

Ele reforçou que “nenhum Estado Palestino será estabelecido a oeste do Rio Jordão”.

Anunciou que seu governo duplicou os assentamentos judeus na Judeia e Samaria (como Israel chama a Cisjordânia).

Prometeu uma resposta oficial nas próximas semanas, depois de retornar de sua viagem aos Estados Unidos.

Contexto diplomático e reconhecimento recente

A reação de Netanyahu ocorre após decisões simbólicas, porém significativas, de Reino Unido, Canadá e Austrália de reconhecer um Estado Palestino. Essas iniciativas fazem parte de uma pressão internacional crescente para buscar soluções políticas para o conflito israelo-palestino. 

Também se menciona que países europeus como França, Bélgica, Malta, Luxemburgo, Andorra e San Marino planejam formalizar reconhecimentos durante conferências ou encontros internacionais. 

Expansão de assentamentos e política de fatos consumados

Além de negar a possibilidade de Estado Palestino, Netanyahu anunciou a intensificação da colonização judaica na Cisjordânia ocupada. Os assentamentos, diz ele, foram duplicados nos últimos anos em Judeia e Samaria, e continuariam a se expandir. 

Essa expansão dos assentamentos é vista como uma política de fato consumado: criar nova geografia política no terreno que complica negociações de paz. Analistas apontam que cada novo assentamento aprofunda tensões com a comunidade internacional e enfraquece a perspectiva de solução de “dois Estados”.

Reações internacionais e implicações

Países ocidentais que reconheceram a Palestina consideram o gesto simbólico, mas com impacto diplomático real. O reconhecimento serve para pressionar Israel a negociar, garantir direitos dos palestinos e retomar a diplomacia em fóruns multilaterais.

Israel, por sua vez, através do governo Netanyahu, considera que as ações desses países incentivam o Hamas e outros grupos, justificando sua oposição ao Estado palestino no território reivindicado.

O relacionamento entre Israel e alguns países ocidentais pode sofrer desgaste diplomático, com potenciais consequências em cooperação internacional, ajuda humanitária, comércio e percepções globais.

Impasses e possibilidades de futuro

Impasses

A definição clara de fronteiras: sem acordo internacional ou negociação direta, a posição de Netanyahu torna praticamente impossível o estabelecimento de estado que seja majoritariamente reconhecido e funcional.

O papel dos assentamentos: sua expansão torna territorialmente mais difícil a criação de um Estado Palestino viável dentro dos parâmetros negociados anteriormente (com base nos limites de 1967).

O Hamas continua sendo um problema central, visto como organização terrorista por Israel e aliados ocidentais. Sua presença em Gaza e suas ações são frequentemente usadas como justificativa para rejeição de Estado Palestino sem desmilitarização ou compromisso explícito.

Possibilidades

Reconhecimento diplomático simbolicamente maior: mais países podem aderir ao reconhecimento do Estado Palestino, fortalecendo legitimidade internacional.

Pressão da ONU e organismos internacionais: possibilidade de resoluções, debates, sanções ou restrições à colonização de assentamentos ou ao envolvimento em violações de direitos humanos.

Possíveis negociações indiretas: mediações entre Israel, Autoridade Palestiniana, potenciais intermediários (Egito, Turquia, Catar) ou até participação de nações ocidentais que reconhecem o Estado Palestino para influenciar algum formato de Estado ou autonomia.

A afirmação de Benjamin Netanyahu de que “não haverá Estado Palestino a oeste do rio Jordão” marca uma posição extremamente clara e rígida frente às iniciativas diplomáticas recentes. Essa declaração aumenta tensões diplomáticas já elevadas entre Israel e países ocidentais, especialmente Reino Unido, Canadá e Austrália, que reconheceram formalmente a Palestina.

Na prática, a promessa de expansão de colonatos na Cisjordânia associada à negação de Estado Palestino parece indicar uma estratégia em que Israel busca manter controle territorial e político, minimizando concessões. O futuro permanece incerto: se o reconhecimento internacional continuar a se expandir, Netanyahu poderá enfrentar maior isolamento diplomático. Se novas sanções ou pressões forem aplicadas, isso pode redefinir alianças regionais e internacionais.


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