VENEZUELA reportagem especial: A Tragédia de El Junquito a Sete Anos da Morte de Óscar Pérez

 

Por Libia López

No dia 15 de janeiro de 2018, o mundo assistiu perplexo à brutalidade de uma operação que ficou marcada como um dos episódios mais sombrios da história recente da Venezuela. Sete anos depois, a masacre de El Junquito continua ecoando como um símbolo da repressão e da luta pela liberdade no país.

Um Contexto de Repressão

O evento ocorreu em meio a uma crescente tensão política na Venezuela, sob o governo de Nicolás Maduro. O regime enfrentava manifestações massivas e um descontentamento generalizado, enquanto reforçava medidas autoritárias para conter a dissidência.


Entre os opositores estava Óscar Pérez, ex-inspector do Corpo de Investigação Científica, Penal e Criminalística (CICPC). Em 27 de junho de 2017, ele protagonizou uma das ações mais simbólicas contra o regime: Sobrevoou um helicóptero nas proximidades do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), exibindo uma faixa com a frase “Artigo 350. Liberdade”. Esse artigo da Constituição venezuelana defende o direito à desobediência civil frente à tirania. A partir desse momento, Pérez foi considerado o homem mais procurado do país.

A Caça a Óscar Pérez

Óscar Pérez tornou-se um símbolo de resistência, realizando diversas aparições em redes sociais para denunciar as atrocidades do governo Maduro. Ele liderou um pequeno grupo de civis e militares dissidentes que compartilhavam o objetivo de restaurar a democracia no país.

Entretanto, essa luta veio com um alto preço. No dia 15 de janeiro de 2018, as autoridades localizaram Pérez e seu grupo em uma casa na urbanização “El Araguaney”, no quilômetro 16 de El Junquito, nos arredores de Caracas. A partir dali, seguiu-se um enfrentamento que durou varias horas.


O Dia da Tragédia

Os relatos indicam que Pérez tentou negociar sua rendição. Em vídeos divulgados durante o cerco, ele clamava por garantias para proteger os civis presentes. No entanto, o governo optou por uma solução violenta. Forças de segurança, incluindo a Guarda Nacional Bolivariana e a Força de Ações Especiais (FAES), bombardearam a casa, resultando na morte de Pérez e outros seis membros de seu grupo.


Entre as vítimas estavam mulheres e homens que haviam se unido à causa de Pérez, incluindo Abraham Israel Agostini, Daniel José Soto Torres, José Alejandro Díaz Pimentel, Jairo Lugo Ramos, Abraham Lugo Ramos e Lisbeth Ramírez Mantilla. A operação foi amplamente condenada por organizações de direitos humanos, que classificaram o ato como uma execução extrajudicial.

O Legado de Óscar Pérez

Passados sete anos, Óscar Pérez permanece como um ícone para muitos venezuelanos que ainda lutam por liberdade e justiça. Seu sacrifício é lembrado em protestos, redes sociais e atos públicos, simbolizando a coragem frente à opressão.


Embora o governo venezuelano tente justificar a operação como uma ação contra “terroristas”, evidências e depoimentos reforçam a narrativa de que a massacre de El Junquito foi um exemplo claro de abuso de poder e violação dos direitos humanos.

Porque e Importante lembrar de Oscar? prohibido esquecer...

Relembrar eventos como a masacre de El Junquito não é apenas um tributo às vítimas, mas também um ato de resistência contra o esquecimento. É um lembrete da importância de lutar pela democracia e pelos direitos humanos, mesmo diante de adversidades aparentemente insuperáveis.

Óscar Pérez e seu grupo pagaram o preço mais alto por sonhar com uma Venezuela livre. Seu legado desafia as gerações futuras a nunca desistirem da busca por justiça e liberdade.


Sete anos depois, as cicatrizes da masacre de El Junquito permanecem abertas. A história de Óscar Pérez continua a inspirar aqueles que acreditam em um futuro melhor para a Venezuela. Que sua memória nunca seja esquecida, e que sua luta sirva como farol para a resistência e a esperança.




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