Em uma votação marcada por ampla maioria, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que apoia a criação de um Estado Palestino independente, ao mesmo tempo em que exige que o Hamas seja excluído do governo palestino. A decisão faz parte de um esforço diplomático para pavimentar “etapas tangíveis, com prazos definidos e irreversíveis” para a solução de dois Estados entre Israel e Palestina.
Detalhes da votação e o que a resolução propõe
- O texto foi aprovado com 142 votos a favor, 10 contra — entre os quais Estados Unidos, Israel, Argentina e Hungria — e 12 abstenções.
- A resolução, não vinculante, condena os ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023; exige que o grupo entregue suas armas e se retire do governo em Gaza.
- Também condena os ataques de Israel contra civis, a destruição de infraestrutura civil, o cerco e a fome em Gaza, apontando para uma grave crise humanitária.
- O documento apoia ainda o envio de uma missão internacional temporária de estabilização na região, com supervisão e mandato internacional.
Reações e consequências geopolíticas
- Israel rejeitou a resolução, alegando omissão de termos essenciais — em particular, que o texto não classificasse explicitamente o Hamas como organização terrorista. O porta-voz do ministério israelense criticou a resolução como desconectada da realidade.
- Os Estados Unidos também se opuseram, considerando que o voto poderia “prejudicar esforços diplomáticos sérios” no conflito.
- Vários países ocidentais que apoiaram a resolução anunciaram que pretendem reconhecer formalmente o Estado Palestino em reunião de líderes mundiais que ocorrerá em paralelo à Assembleia Geral, no dia 22 de setembro.
A aprovação da resolução pela ONU representa um marco simbólico relevante no cenário diplomático do conflito entre Israel e Palestina. Embora não tenha força legal obrigatória, o texto reforça o isolamento político de atores como o Hamas e sinaliza uma crescente mobilização internacional em favor de uma solução pacífica baseada em dois Estados.
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