Maduro apela ao diálogo e diz que diferenças com os EUA não justificam conflito militar

 


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um apelo ao governo dos Estados Unidos para reduzir as tensões militares na região do Caribe, afirmando que “nenhuma de nossas diferenças” justifica um confronto armado de grande impacto. O pronunciamento ocorre em meio ao envio de caças F-35 pelos EUA e a mobilização militar como resposta à escalada de acusações envolvendo narcotráfico e soberania nacional.

Apelo por diálogo e respeito à soberania

Em discurso proferido em uma base militar em Caracas, Maduro destacou que a Venezuela “sempre esteve pronta para o diálogo” e reafirmou que espera reciprocidade e respeito por parte dos Estados Unidos.

“Nenhuma de nossas diferenças justifica um conflito militar de alto impacto na América do Sul”, ressaltou o líder venezuelano, vestindo farda e acompanhado de milícias civis. 

A escalada militar no Caribe

As declarações coincidem com uma forte presença militar dos EUA na região. Recentemente, Washington mobilizou mais de 4.000 militares e diversos navios de guerra nas proximidades da costa venezuelana, alegando o combate aos cartéis de drogas. Além disso, em 2 de setembro, os EUA afundaram uma embarcação atribuída ao cartel venezuelano Tren de Aragua, resultando em 11 mortes — incidente contestado por Caracas. 

Petróleo político: resistência militar e discurso conciliador

Para reforçar o poder interno, Maduro ordenou a mobilização da Milícia Bolivariana e fez alertas sobre possível “luta armada” em caso de agressão. Mesmo assim, reafirmou a disposição ao diálogo, contrastando com sua retórica punitiva e com a retórica agressiva dos EUA.

Contexto da crise diplomática

A tensão se agravou com declarações recentes do presidente norte-americano Donald Trump, que autorizou o abatimento de aviões venezuelanos caso representem ameaça às forças dos EUA no mar Caribe. Para Trump, o objetivo é conter operações de narcotráfico transnacional — postura que Maduro interpretou como parte de uma tentativa de mudança de regime. 

A Venezuela vive um momento de frágil equilibro: enquanto Maduro exige respeito e convoca ao diálogo, o ambiente externo permanece marcado por desconfiança e represálias militares. A região observa com apreensão o desenrolar dessa crise, que pode definir rumos nas relações entre Washington e Bolívar, em um contexto de soberania, segurança e diplomacia.


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