TRUMP- Corte de Fundos Reflete Políticas Antimigratórias e Afeta Atendimento no Brasil

 


Hoje, 27 de janeiro, segue a suspensão por 90 dias de fundos humanitários ordenada pelo governo dos EUA, que tem causado impactos significativos em Roraima, Amazonas e outros estados da região Norte.

A medida, determinada pelo presidente norte-americano, paralisa a utilização de fundos de assistência humanitária destinados ao apoio de migrantes e refugiados no Brasil. Isso inclui o financiamento do Bureau de População, Refugiados e Migração (PRM) e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

A suspensão afeta diretamente a Operação Acolhida, uma iniciativa do Governo Federal do Brasil para acolher e integrar migrantes venezuelanos, considerada a operação humanitária mais bem-sucedida da região das Américas. A Operação é gerenciada em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), que desempenha um papel crucial em diversas áreas e possui escritórios estratégicos em Pacaraima e Boa Vista (RR), Manaus (AM), Rio Branco (AC) e Belém (PA), todos impactados pela suspensão.

Impactos em Roraima e no Norte

Com 60% dos recursos da OIM no Brasil provenientes dos Estados Unidos, a suspensão parcial das atividades ameaça a continuidade de serviços essenciais. Estima-se que milhares de migrantes, especialmente em situação de rua em Boa Vista e Pacaraima, ficarão sem acesso a regularização migratória, saúde e alimentação.

A OIM informou que sua infraestrutura e operações estão comprometidas, afetando centros de acolhimento, manutenção de estruturas físicas e recursos humanos.

Os serviços interrompidos incluem:

  • Regularização de documentação migratória.
  • Serviços de saúde emergenciais.
  • Interiorização de migrantes para outras regiões.
  • Apoio contra tráfico humano.

Projeto Oportunidades também é afetado

Outro impacto importante é no Projeto Oportunidades, financiado pela USAID, que desde 2019 tem promovido a integração socioeconômica de mais de 46.940 migrantes em 14 estados e no Distrito Federal. O projeto possibilitou que 6.467 migrantes fossem empregados formalmente e ofereceu cursos profissionalizantes, capacitações em empreendedorismo e treinamento em português.

A suspensão dos fundos ameaça a continuidade dessas ações, impactando não só migrantes, mas também a formação de políticas públicas e parcerias com o setor privado.

OIM reiterou seu compromisso de manter esforços para proteger pessoas em movimento e promover uma migração humanizada. "Nossa missão é promover uma migração digna que beneficie migrantes e a sociedade de acolhida", destacou.

Resposta do Governo Brasileiro

O g1 entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Defesa para compreender como o corte pode impactar a Operação Acolhida, mas até o momento não obteve retorno.

Enquanto isso, migrantes e refugiados seguem enfrentando incertezas quanto ao acesso a serviços básicos e oportunidades de integração. A suspensão representa um grande desafio para a região Norte, que tem sido a porta de entrada para milhares de venezuelanos em busca de melhores condições de vida no Brasil.


Fonte g1

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